“Terminados os dias da festa, ao regressarem, permaneceu o menino Jesus em Jerusalém,
sem que seus pais o soubessem... três dias depois, o acharam no templo” (Lc 2.43-46)
- “José, você viu o nosso filho?”, perguntou a mãe aflita.
- “Ora, pensei que ele estivesse com você, Maria. Por isso nem notei a ausência dele”.
Já passara um dia de viagem quando os pais perceberam que o filho de 12 anos não estava entre eles. Voltavam em caravana da Festa da Páscoa em Jerusalém, em meio aos amigos e parentes, e estavam tão absortos na alegria das festividades que Jesus ficou pra trás, e nem se deram conta.
Não tenho dúvida que essa mesma perda continua ocorrendo ainda hoje. Muita gente boa já pregou com lágrimas nos olhos e o coração em chamas; muitas bandas começaram desconhecidas, mas davam uma audição para o Eterno; muito ministério que não tinha “nem prata nem ouro” compensava a sua pobreza com o amor e a simplicidade. O tempo passou para eles, os movimentos cresceram, mas agora é perceptível – ao menos para os que possuem discernimento – que agora há outros interesses e motivações. Jesus acabou ficando pra trás.
Hoje você ouve horas de cânticos ou pregações e percebe que Aquele que é Digno de Toda Honra, foi esquecido, e no seu lugar entrou a vitória, o poder, o sucesso, a saúde, a oferta, o sacrifício, a unção, o sopro, o shofar, e tudo o mais que desvia a atenção do que realmente importa. Não é mais a busca de um relacionamento com o Eterno, mas a satisfação dos desejos do eu. Não é mais a conversão a um Pai Amoroso que anseia caminhar conosco, mas a adesão a um grupo que propagandeie sucesso em sua vida.
sem que seus pais o soubessem... três dias depois, o acharam no templo” (Lc 2.43-46)
- “José, você viu o nosso filho?”, perguntou a mãe aflita.
- “Ora, pensei que ele estivesse com você, Maria. Por isso nem notei a ausência dele”.
Já passara um dia de viagem quando os pais perceberam que o filho de 12 anos não estava entre eles. Voltavam em caravana da Festa da Páscoa em Jerusalém, em meio aos amigos e parentes, e estavam tão absortos na alegria das festividades que Jesus ficou pra trás, e nem se deram conta.
Não tenho dúvida que essa mesma perda continua ocorrendo ainda hoje. Muita gente boa já pregou com lágrimas nos olhos e o coração em chamas; muitas bandas começaram desconhecidas, mas davam uma audição para o Eterno; muito ministério que não tinha “nem prata nem ouro” compensava a sua pobreza com o amor e a simplicidade. O tempo passou para eles, os movimentos cresceram, mas agora é perceptível – ao menos para os que possuem discernimento – que agora há outros interesses e motivações. Jesus acabou ficando pra trás.
Hoje você ouve horas de cânticos ou pregações e percebe que Aquele que é Digno de Toda Honra, foi esquecido, e no seu lugar entrou a vitória, o poder, o sucesso, a saúde, a oferta, o sacrifício, a unção, o sopro, o shofar, e tudo o mais que desvia a atenção do que realmente importa. Não é mais a busca de um relacionamento com o Eterno, mas a satisfação dos desejos do eu. Não é mais a conversão a um Pai Amoroso que anseia caminhar conosco, mas a adesão a um grupo que propagandeie sucesso em sua vida.
O garoto das fotos acima é Marjoe Gortner**, um menino-evangelista que começou sua carreira de “pregador” aos 4 anos. Na adolescência fazia cruzadas que arrecadava milhões de dólares e milhares de “conversões”. Mas aos 28 teve a coragem de admitir que não acreditava em nada que pregava, e resolveu desistir daquela carreira de fama. Como ato final, realizou um documentário de sua ultima campanha. Ele foi filmado falando em línguas, pedindo doações, fazendo apelos e “derrubando” pessoas com o “poder divino”. Ao final ele aparece nos bastidores rindo muito, contando o dinheiro e explicando para a câmera os truques que utilizou.
Assistimos hoje, igualmente, o desfile de homens que outrora tinham uma caminhada de fé, mas no decorrer do tempo deixaram Jesus pra trás. São almas que secaram e se tornaram figuras caricatas, em “pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos, estrelas errantes... aduladores dos outros, por motivos interesseiros” (Judas v.12-16).
Precisa ser muito crédulo para crer que os shows que assistimos são de fato para a “glória de Deus”, precisa de muita boa vontade para admitir que os mármores de templos suntuosos, as luzes, os holofotes, a maquiagem pesada, e o glamour, são para exaltação do Nome Dele.
A mais famosa banda gospel da atualidade acabou de assinar contrato com a gravadora Som Livre do conglomerado Globo. Será que essa poderosa empresa esotérico-espiritista de repente resolveu divulgar o Nome de Jesus e sua Palavra? Raciocine em que tipo de canção essa gravadora investirá: a que agrada ao Eterno, ou a que desperta o consumo de milhões de ouvidos? Gravará a letra que alimenta com a verdade ou a de conteúdo adocicado? Ora, o negócio dela não é Jesus: é o lucro, é o dinheiro, é Mamom! Jesus ficou pra trás.
A veneração das multidões a tudo que brilha não passa por nenhum filtro crítico porque as massas não se valem de critérios bíblicos. Cantar bonito, ter uma bíblia na mão e dizer alguns surrados chavões já é considerado suficiente.
Credulidade é um mal que sempre afetou a alma de nossa gente. Credulidade é pecado, porque aplaude a tudo e até mesmo o que Deus rejeita. Por isso a bíblia afirma “laço é para o homem dizer precipitadamente: é santo” (Pv 20.25.) Passamos cinco séculos venerando homens que foram elevados à condição de ídolos, e agora nós, evangélicos, temos os nossos também.
Quem não perdeu Jesus de vista vive para agradá-lo, busca intimidade, visa a santidade. Quem não perdeu Jesus de vista aprendeu que não busca uma vida de futilidades, mas de fidelidade. Não é o quanto você ganha que conta, mas o quanto você é fiel.
Somente depois de três dias que Maria encontrou Jesus. Foi uma longa e infrutífera busca por ele, até que tivessem a súbita idéia (que devia ser a primeira): - “Ele está no templo!”.
Quem perdeu Jesus pelo caminho deve refletir, “onde”, “quando” e “como” começou a perdê-lo. É somente voltando ao princípio, aos rudimentos, onde recebemos com avidez as primeiras letras do Evangelho, e onde a suave brisa do Espírito um dia encheu nossa alma, sim, é voltando ali com humildade e desejo de reencontrar o primeiro Amor, é que haveremos de Tê-lo para sempre conosco. Amém.
Pr. Daniel Rocha
dadaro@uol.com.br
P.S. **Assista ao vídeo de Marjoe, e compare com o que você vê diariamente na TV:
http://www.youtube.com/watch?v=KxfThlCcfHI