domingo, 1 de março de 2009

Cúmulo da Heresia ou só Um Jeito Diferente de Interpretar?

Esse texto eu recebi por e-mail, a pessoa não quis se identificar, mas pediu que eu postasse no blog. Aí está (O título é meu):




O livro do Gênesis nos mostra a preciosidade da criação de Deus, bem como o processo pelo qual Deus interfere positivamente na história em favor do ser humano.

Fico imaginando, com minhas idéias edificadas pelos embalos de uma modernidade tardia – e isso precisa estar claro - , a monotonia do Jardim, e conseqüentemente o desfecho que teria o casal Adão e Eva se Deus não entrasse com uma providência permitindo o desequilíbrio.

Tudo estava em perfeita harmonia no cosmos, tudo mesmo! Toda criação vivia harmonicamente de forma tal a se completar e a fechar o seu ciclo determinado por ela mesma. Até que essa cadeia de “normalidade engendrada” é quebrada quando entra o desequilíbrio no cosmos. Quebra-se o ciclo vital.

A serpente possuída representa o desequilíbrio da natureza, e o possuidor da serpente a causa de todo stress que resulta na quebra do ciclo normal das coisas. A ação potencializada do invisível decaído é o stress. Deus então, só agora, o “permiti-dor” da vida, ordena que o desequilíbrio esteja instalado nas primícias da criação, humanidade: homem trabalhe para comer, e isso te será por enfadonho; a mulher sentirá dores para gerar; e a serpente estará todos os dias entre o casal e famílias da terra. Por que isso? Deus recriou o ciclo da vida, permitindo a potencialização do stress, para que a humanidade não padecesse em seus mecanismos monótonos cruéis.

Sem stress nós humanos não vivemos, isso as ciências humanas explicam. O segredo é dominá-lo e não deixar que ele seja maior do que nós. Quem se guia pelo stress morre de ausência de sentido tanto quanto quem vive sem um pouquinho dele. Deus é a força humana de resistência ao niilismo, força essa que nos impulsiona à utopia (diferente de demência e de delírio) saudável da concretização do paraíso, seja ele onde for; mas certamente é o local (geográfico? Será?) onde todo stress será dominado.

Anônimo.

Gaza e as lições que aprendi

No Ceará a gente considera indigno bater em bêbado. Reajo tempestivamente ao genocídio palestino. Minhas vísceras se contorcem quando vejo uma criança mutilada por estilhaços. Sinto-me culpado porque durmo seguro. Revolto-me com a minha impotência. Não me conformo por ser insignificante. Alucino angustiado de não ter cacife político para gritar, Basta.

Como é que se bombardeia uma população indefesa, sem exército e sem lugar para se esconder? Não entendo o cinismo de uma nação que antes de despejar bombas manda o povo fugir. Mas fugir para onde? As fronteiras foram seladas, não existem abrigos, bunkers ou refúgios. A carnificina é pavorosa.

Para mim, essa guerra não passa de uma limpeza étnica. Humilhando o povo palestino até o pó, quebrando a coluna dorsal da sua identidade, Israel espera que eles parem de apurrinhar. Se a causa de Israel é nobre, por que a imprensa internacional está proibida de noticiar os acontecimentos?Mas mesmo horrorizado, tenho aprendido. Esses eventos tenebrosos me levaram a admitir que já não leio a Bíblia com as mesmas lentes. Abandonei a idéia de que os massacres do Antigo Testamento foram ordens divinas. Entendo que os genocídios relatados na Bíblia foram cometidos com as mesmas motivações políticas, com os mesmos interesses econômicos e com ambições nacionalistas iguais as atuais, mas atribuidos a um deus guerreiro. Não aceito que os "propósitos" divinos para o futuro estejam conectados à política militarista de Israel. Arrependo-me de ter, um dia, pregado que "Israel é o relógio de Deus" para o fim dos tempos.

Pretendo ser um discípulo de Jesus e quero crescer em meu pacifismo. Acredito que Jesus Cristo encarnou a plenitude da Divindade. Para mim as bem-aventuranças do Sermão do Monte são balizas para comportamentos individuais e decisões nacionais. Não aceito revides e vingança. Permaneço fiel à declaração de que Jesus é o príncipe da paz.

Por Ricardo Gondim.
Soli Deo Gloria.