quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PRINCÍPIOS DE CAMINHADA ....


Pode ter certeza: eu posso me arrepender por dar uma segunda, terceira, quarta chance à alguém que talvez você acredite que não mereça. Eu imagino, é possível que essa pessoa nunca mude por não se abrir aos princípios de Deus - pois só Deus muda as pessoas. Mas eu prefiro correr o risco de ser apunhalado pelas costas mais uma vez, e outra vez traído; pois nunca devemos temer correr riscos, especialmente quando é em favor de uma pessoa diferente de mim mesmo. Seria muito mais frustrante ainda para mim, e eu me arrependeria de verdade, se eu olhasse para trás e percebesse essa pessoa perdida e caída, por eu não ter dado a ela cada uma das oportunidades à ela dispensada. Concluindo: Pessoas vão se enrolar em suas próprias tramas e cair, não por me traírem, e sim por não aproveitarem as oportunidades que eu dei a cada uma delas de se levantarem e se mostrarem seres humanos honrados (Pr. Antônio Junior).

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pensamentos: Sobre uma teologia que não cabe no Evangelho; que não aponta para Jesus o Cristo!


Por Rev. Antônio Luiz de Freitas Junior
Pastor da Igreja Metodista no Alto Independência
Petrópolis,01 de setembro de 2012

Estou cansado do “cristianismo enlatado” de alguns americanos e europeus divulgado e reproduzido hoje em/por nossas Igrejas. Mas os importados como verdades absolutas são os que mais me incomodam enquanto pastor; alguma coisa “de lá” de fato são críticas edificantes quanto ao atual modelo de ser Igreja, outras me enoja. A impressão que tenho é que queremos além do idioma, tênis e roupas caras, hipervalorizar também a teologia de um contexto que não é nem de longe parecido com o contexto das Igrejas no Brasil. Enaltecendo um e amortizando o outro. Na verdade, estou cansado de parte do cristianismo divulgado no rádio, na T.V., Internet; etc. Esses que o povo vai aplaudindo e usando como verdade absoluta e afiada, setas, como indireta contra seus líderes, seus pastores. Pior ainda é quando os pastores valem-se desse material para exortar ou apontar situações no seu rebanho. Brasileiros, cristãos, utilizando-se desses “enlatados [cheio de conservas]” contra seu próprio corpo [sua própria Igreja].

Um evangelho com “e” minúsculo que só é de “Boas Novas” para quem “já está salvo”, ou se “consagrando”; que ao meu ver: é favorecedor da permanência de hipócritas e fariseus no Templo do Altíssimo – nós mesmos. Para os enfermos, viciados e ladrões, assassinos, prostitutas, etc (perdidos – verdadeiros alvos de Jesus), em nada acrescenta; antes os empurra mais rápido ainda ao “abismo de fogo”. Fábrica de crentes seduzidos pela instituição, mas não gera discípulos apaixonados por Jesus! Nos esquecemos que nas palavras do próprio Jesus: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento]” (Mt 9.12-13; Mc 2.17; Lc 5.31).

De fato não devemos acolher e incentivar o erro das pessoas, mas é impossível acolher uma pessoa sem acolher com ela também os seus erros – no início de qualquer caminhada abraçamos o todo de cada pessoa. Amemos as pessoas, e preguemos o Evangelho de Cristo, contra o pecado e favoráveis à santidade, que dos erros delas cuida Deus. Acorda Igreja, estamos confundindo salvação, e santidade, com o ser Igreja. Coisas ligadas uma à outra, mas distintas entre si! “Igreja” nunca foi projetada por Deus para ser lugar dos super-santos, e sim dos que estão em processo de santificação. Se jogamos fora do nosso espaço de convivência os “fracos”, os pecadores, que sentido teria ser Igreja? Um clube moderno de pessoas salvas - melhoradas?

Esse evangelho de “por para fora o inimigo - pessoas” - não é em nada parecido com o Evangelho que Jesus ensinou. É sim um pseudo-evangelho nascido do gorfo de “nerds”, de “playboysinhos e patricinhas de Jesus”, ou de “maduros” que pelo menos são bons oradores, sentados em seus escritórios bancados pelo Papai. Falam sobre “(1) um tipo de evangelismo ideal”, sobre “a santidade”, sobre “a separação da Igreja com relação ao mundo”, sobre “casamento”, sobre suas preocupações de que “o mundo está invadindo a Igreja”, sobre a necessidade de a “Igreja contagiar o mundo”. Fico imaginando esses “evangelistas” míopes anunciando à Cristo ressuscitado em favelas por exemplo; como seria? Panfletinhos, Cestas básicas, Alto Falantes? Pregariam contra seus bailes, contra seus hábitos, ou suas roupas? Seus contextos? Quais seriam seus meios? [Risos] Chega ser hilário! E se fosse para a “nata da sociedade?” Como seria? Rebuscando a linguagem? “Livrinhos mais elaborados”, Coffe Breaks? [Risos].

Estratégias ... estratégias ... e mais estratégias ... Chego à temer por essa disputinha de contextos; porque o que está por detrás dessa discussão não é de fato Cristo ressuscitado, perdoador de pecados, amante de sua Criação; nem muito menos o tema da verdadeira santidade;  e sim crítica de modelos; e pior, tem a ver com a máxima: eu sou bom e santo, você é mau e profano! Modelos tem a ver com contextos; o problema é que alguns se esquecem que Deus não unge modelos, Ele reconcilia, busca, unge pessoas!

Nesse sentido, sua teologia, sua aspiração tem que ser necessariamente, antes de qualquer coisa, apaixonada por alcançar e contagiar pessoas. Devemos nos reapaixonar por isso! Algo que só acontece quando caminhamos com elas no contexto delas. Não devemos negociar princípios, isso é fato e eu mesmo ministro sobre isso; mas Cristo está voltando, e nessa atura do campeonato você vem falar sobre qual estratégia serve e qual não serve? Sobre qualidade e quantidade? Sobre qual Igreja é mais santa? Frases do tipo: “Porque eu não faço aqui, ou porque eu não gosto, ou porque não dá certo para mim, ou o papai e a mamãe me ensinou que não devo; a estratégia de vocês não é somente errada, ela é do diabo”. Quer dizer que o que outro faz [diferente de você] – é o pecado!. Isso limita em muito a ação de Deus na sua própria vida. Leiam o Ap. Paulo aos Coríntios e aos Colossenses. Esse sim foi exímio evangelista e plantador de Igrejas.

(1Co 9.19-23) Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.

(Col 2.16-23) Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.

Reafirmo que princípios nunca devem ser negociados, e que a mídia deve ser apreciada como mecanismo de evangelização [eu mesmo me utilizo com certo afinco dessas ferramentas]; no entanto, voltemos à Bíblia! Raízes Igreja, raízes povo de Deus. Mas especialmente voltemos à Cristo e aos dois maiores mandamentos deixados por Ele mesmo: “amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como eu amo a mim mesmo” (Mc 12.33).

Chega de discussões e eventos sem paixão e consequentemente sem frutos; chega de ser complacente com a esterilidade da terra, e naturalmente cúmplices de fariseus que se usam do discurso sedutor e acusações bem elaboradas como esconderijo de sua falta de frutos, fraquezas, e ausência de paixão; chega de crítica por crítica; chega de meninices. Porque para seguir à Cristo o “eu e com ele meus próprios conceitos” têm necessariamente que morrer; veja:

(Gl 2.20) – “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”.

 E eu? Subindo na cruz – ou melhor, carregando a minha;
Shalom.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O Deus forte e a terra exausta


Texto Base: Sl 63.1-4
Por Pastor Antônio Luiz de Freitas Junior
Petrópolis, 30 de Agosto de 2012

Nesse capítulo, do “Livro dos Salmos”, a experiência do homem com um Deus real e presente transmite-nos realidades impactantes; deveria servir como princípio espiritual de caminhada para cada um de nós (Cf.: Gl 5.25).

Primeiro o salmista declara (v.1) “Ó Deus, tu és o meu Deus forte”.  Satanás e seus demônios são incansáveis para disseminar e implantar na Igreja de Cristo, a visão de um Deus raquítico e debilitado, que sofre de inanição; um Deus distante do seu povo! Esse não é o Deus Forte cuja bandeira levantou o salmista. Ao participarmos das aflições citadas por Cristo (Jo 16.33), se não ajustarmos nossa visão e foco, passamos a adorar um “deus diminuído”, acreditando que Ele não responde à nossa adoração; tão distante que não me ouve, tão fraco que nada pode. Cultivar uma visão diminuidora acerca de Deus - Essa pode ser a batalha da sua mente (Cf.: Tg. 4.1); e isso acaba por te motivar a buscar em “coisas” e não no Deus da vida a resposta para sua história.

 Lute contra essa atrofia espiritual: Enxergue Deus no tamanho que Ele é! Se o seu Deus é grande e forte, creia que grandes coisas Ele fará! A nossa experiência diária com um Deus que é forte modifica nossa perspectiva de vida e até mesmo nossa visão de mundo. Somos filhos/as desse Deus, também herdeiros d’Ele e com Ele, então nossos sonhos serão expectativas reais de excelência.

Por fim; ainda no primeiro versículo. Surge uma revelação do salmista, como um estrondo nos nossos ouvidos, membros da Igreja do século XXI; observe as palavras: “como terra árida, exausta e sem água”. Há alguns princípios espirituais que culmina no “não fruto”. Não é só a esterilidade, há outro tão desafiador quanto esse primeiro: o princípio da “exaustão da terra”. Notem que a luta do salmista é contra esse último.

A terra se esgota, quando você se esgota; quando não há uma correta administração do tempo, de energia vital e de recursos. O mal do século: o ganhar desenfreado para acumular é o lema! O oposto do discipulado ensinado por Jesus. Você não cuida das propriedades minerais da terra para que haja bom fruto; nem contabiliza a possibilidade de colheita; tudo é arrancado de tudo? Atenção, pois esse é o parto moderno dos homens e mulheres “esgotados/as”! Pessoas que estão preocupadas somente com a colheita, como princípio de funcionalidade, utilização e produção; permite que também lhes seja tirado o máximo de energia até que se esgotem todos os recursos. Não podemos nos esquecer de um processo completo até que haja colheita (Cf.: Sl. 126.6). Se não houve planejamento para a terra e para o plantio; se não há estudo da semente, do fruto e da colheita; para esses/as não haverá uma próxima sega.

Concluindo. Talvez você nunca tenha sido espiritualmente estéril, mas sua terra está exaurida de recursos para a frutificação. Para lutar contra essa exaustão e escassez de recursos o salmista busca incessantemente o Deus que é manancial de águas (Cf.: Jr. 2.13); n’Ele espera  e deposita suas expectativas(Cf.: Is 40.31). É aqui que o Deus forte vem e renova nele o cântico nos lábios. Entregue-se como o salmista, alma e corpo fundidos na busca pelos rios mais profundos do Espírito (v.2). Pense nisso, o Senhor quer aprofundar suas raízes (Sl. 1.3), trabalhar novas propriedades em sua terra e a saúde da árvore; é assim que experimentamos com os olhos abertos a força e a glória de Deus no fruto do nosso trabalho (Cf.: Is. 53.11).

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Surto Moderno!


Por Pr. Antônio Luiz de Freitas Junior
Petrópolis, 29 de Junho de 2012

"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloé, que há contendas entre vós" (1Co 1.10-11). 

Por esses dias andei pensando sobre a capacidade de fazer perguntas. Confrontei com dados sobre a capacidade de edificar coisas. Percebi que desde pequenos, na ansiedade de descobrir, somos já impulsionados a perguntar. A Amanda, minha filha de 3 anos, confesso, sabe fazer perguntas tão bem elaboradas quanto embaraçosas para quem deve responder; muitas delas sobre questões cruciais da vida – nada de bobagens; poucas na verdade [Risos].

Entendi então que sem perguntas não há descobertas, ok! Mas entendi também, e aqui coloco a tônica, que num determinado momento é fundamental você começar à dar respostas; só assim serás capaz de edificar algo concreto não sobre “areias”, mas sobre a rocha – isso a Amanda ainda não saberia fazer sem ajuda. Um indivíduo movido à perguntas, cuja vida é um eterno ponto de interrogação, é uma pessoa vazia, e por isso amarga e frustrada. Suas realizações são concretas, mas estão fincadas sobre bases que se apoiam em areia.

Que me perdoe a boa filosofia, nada contra – Gosto! Até porque sei que filosofar não é só fazer perguntas. Que me perdoem os que estão em eterna construção, “em busca de sabedoria”, nada contra – não alcancei tudo também, sou eterno aluno do Mestre; e sei que fazer perguntas não é a única maneira de alcançar a sabedoria. Mas agora, tomo a liberdade de dirigir-me aos cristãos da comunhão da Igreja [pessoas]. Principalmente os que estão na Igreja [pessoas] na expectativa de ver a face do Pai.
Vamos partir da premissa: Pessoas normais fazem perguntas; pessoas que fazem a diferença constroem coisas concretas sobre bases permanentes.

Vai chegar uma hora, na qual você precisará também dar respostas. Não responder à questionários bem elaborados numa sala de universidade, ou nas suas crises dentro do seu quarto. Eu já vivi e sobrevivi à isso [Risos] – questões sem respostas que nos intertem por um bocado de tempo; nos anestesiam insinuando que vamos alcançar algo profundo demais fazendo boas perguntas.  Ai surge o que eu resolvi chamar de “surto moderno” - O problema é que muitas vezes o orgulho que temos de sabermos fazer boas perguntas nos cega com relação à necessidade real que temos de pregar o Evangelho e fazer discípulos: à tempo e fora de tempo.

À vocês, irmãos da fé, façam menos perguntas; respondam mais à expectativa da criação que geme por respostas! Respondam à vida, à família, respondam à Igreja [pessoas]. Mostrem no teu corpo cansado, ou fortalecido ainda, as marcas de Cristo – Ele é a resposta garantida! Menos discursos, menos perguntas, mais edificação do Reino de Deus através da conversão real e consequente salvação de pessoas concretas.


E que o Senhor nos ajude!
Amém.