quinta-feira, 2 de maio de 2013

Discipulado


O Discipulado mais eficaz é aquele feito por pessoas que são “Testemunhas do Mestre”
E sereis minhas testemunhas (At 1.8b)

 Por Pastor Antônio Luiz de Freitas Junior


Petrópolis, 02 de maio de 2013

 
Jesus vinha, desde o chamado dos doze, discipulando pessoas, andando com elas, alimentando-as; ensinando-lhes princípios dos mais básicos aos mais complexoss sobre o cotidiano da vida e o Reino de Deus. Esse texto de Atos dos Apóstolos, em concordância com o “Ide, portanto, fazei discípulos”, expresso em Mateus 28.19 [ e se observarmos com cautela perceberemos que estão dentro de um mesmo contexto de envio (leia Lc 24.48)], deixa muito claro qual é a vontade de Deus para nós cristãos – discípulos/as de Jesus: sermos testemunhas de Jesus Cristo!

Aqui eu gostaria de apontar alguns elementos práticos sobre o discipulado e o testemunhar a Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas.

1.       A palavra “testemunhas”, sobre o referido texto bíblico, no grego é “mártires”. Fiquei ainda mais apaixonado pelo discipulado como um estilo de vida, quando descobri que na verdade ser testemunha de Cristo significa estar disposto a morrer por uma causa que transcende o natural, e que portanto, é sobrenatural. Num mundo onde cada vez mais somos tentados a relativizar valores essenciais à fé cristã, e pessoas mudam de ideais e alianças assim como trocam de par de sapatos, descobrir que Cristo nos chamou à morrer por uma causa específica é tremendo. Ele nos chamou para sermos “mártires d’Ele até os confins da terra” (Cf.: At 1.8). Se você não está disposto a morrer por Jesus você ainda não entendeu o discipulado e especificamente o “pregar o Evangelho” (leia Mc 16.15) como a prioridade do Pai. E se queremos “evangelizar” como Jesus o fez, somos chamados não somente a lançar sementes, mas acompanhar o desenvolvimento da mesma; isso é, acolher e andar com pessoas, ensiná-las, capacitá-las e enviá-las a fazer o mesmo em prol de uma única causa: O Reino de Deus.

 

2.       De quem somos testemunhas? Somos testemunhas de Jesus. Isso significa que devemos morrer pelas causas d’Ele e não pelas nossas causas pessoais. Revelar a face d’Ele em nós, e não usar o evangelho com um pretexto para autopromoção. Encontro muitas pessoas pelo caminho que se valem de argumentos bíblicos, abastecidos de versículos fora de contexto, que na verdade estão tão somente ansiosos por de ter o nome em evidência. Enquanto muitos morrem por causas pessoais, “em-si-mesmados”, o Senhor Jesus nos comissiona para uma saída estratégica – abandonar o conforto de um mundo de conceitos, só nosso, para de fato morrer pelo que vale à pena: O Reino de Deus! Um Reino que é para todos; à morrer por um Rei que confiou à mim a continuidade de sua própria vida, para que d’Ele mesmo eu  dê testemunho. Amém Senhor, que através da minha entrega consciente e voluntária, o testemunhar à Cristo culmine em novos discípulos para Jesus. Mas se o meu eu não for renunciado todos os dias, incorro constantemente no mesmo erro, testemunhar à mim mesmo e não ao Messias. Minha oração é que possamos entender o “Ide e fazei discípulos” como um ato de “matar o eu”, de testemunhar o Senhor Jesus Cristo aos que precisam de vida; é de fato, morrer para mim mesmo, para que Ele viva através de mim (Gl 2.19-20). Faça você o mesmo!
 

3.       Concluindo: tudo o que Jesus fez foi discipular, testemunhar “O caminho A verdade, A vida”; é o que eu preciso fazer também, certamente é o que Ele espera de mim. Discipulado não é um ministério isolado na Igreja, e discipular não é mais uma atividade para disputar espaço na minha agenda lotada. Discipulado precisa ser algo natural em/para toda Igreja, é o jeito de ser corpo, é o “Corpo” como um todo recebendo oxigenação do mesmo impulsionador, o Espírito Santo. Discipulado, tal como o foi na vida de Jesus, é paixão por vidas, por alcançar os perdidos; é deixar fluir através de mim Boas Novas: em Cristo há vida abundante e salvação para os que crêem. Discipulado é testemunhar o que Cristo fez na minha vida, é remar contra as correntezas que insistem em fazer brilhar o eu, para lutar por um nós – um corpo completo chamado “A Noiva de Cristo”.

 
SHALOM