Sinto na alma, a cada dia, a dificuldade que é ser um cristão. O padrão que Jesus espera de mim nem sempre vai de encontro aos meus anseios e vontades. Confesso que há certas coisas difíceis de praticar, e imagino que a caminhada se tornaria mais “fácil” se alguns versos fossem simplesmente suprimidos da Bíblia. Eles me deixam perplexo, constrangem, expõem minhas fragilidades, e alguns conceitos que emanam deles parece não funcionar na prática.
Como é possível a Bíblia afirmar que “os mansos herdarão a terra” (Mt 5.5), se estamos vendo que quem conquista, vence e manda, são os fortes, os guerreiros e os que detém as armas?
Como concordar com a parábola em que o trabalhador da última hora recebe ao entardecer o mesmo salário de quem malhou duro o dia inteiro (Mt 20)?
E a matemática divina, então? Deixar noventa e nove ovelhas no deserto, à mercê dos lobos, para ir atrás de uma só ovelha desgarrada? Deixa-a ir embora. Quem sabe ela não fosse uma desajustada que não merecia estar junto ao rebanho.
Uma viúva pobre vai, deposita duas moedinhas no gazofilácio e Jesus afirma que ela ofertou mais que todos os “graúdões” cheios de posses (Lc 21.3). Se eu for aplicar isso em minha igreja, não terei dinheiro para pagar sequer a conta de luz no próximo mês.
O corretivo que Jesus usa parece depor contra o bom senso: um filho vai embora de casa, vive dissolutamente desperdiçando todos os seus bens, retorna de mãos vazias, e ainda “ganha” uma festa (Lc 15.25). O irmão, que permaneceu na casa teve de trabalhar em dobro durante a sua ausência, e parece que não recebeu nada por isso.
Amo a minha família, amo meus irmãos, tenho prazer em estar com os amigos. Mas vem Jesus e diz que eu não estou fazendo nada demais, pois até os incrédulos fazem o mesmo. O que Ele quer afinal? Que eu demonstre amor aos inimigos e abençoe quem me persegue? Acreditem: é exatamente isso que Ele deseja (Mt 5.43-48)! Isso é demais!
Até aqui falei como tolo. Jesus incomoda e vai continuar incomodando sempre. Por vezes agimos como o povo geraseno, que perturbados com a presença Dele, rogaram-lhe educadamente que se retirasse daquelas terras (Mc 5.17). Pretendemos afastar Jesus de tudo aquilo que Ele pode “atrapalhar”. Afinal, temos nossa vida, nossa visão, nossa maneira de pensar.
Todavia, a “loucura” do Evangelho é a nossa cura. É a verdadeira forma de encarar a vida. Quem ousar mergulhar de cabeça compreenderá, quem se arriscar verá. Aquele que aceita o Evangelho como o único modo de vida que vale a pena viver, faz como o homem que encontrou um tesouro oculto no campo, e transbordante de alegria, vai vende tudo o que tem e compra aquele campo. É preciso arriscar tudo... não há meia aposta.
O Evangelho abre a nossa mente e nos dá novos olhos. E lendo a Bíblia com esses olhos percebo que os mansos não haverão de conquistar a terra, mas a receberão do Senhor, como herança, pois só Aquele que possui todas as coisas pode herdar aos seus filhos.
O trabalhador da última hora, assim como todos aqueles que encontram o amor Divino, ainda que tardiamente, também experimentarão da bondade do Pai. Para o Supremo Pastor, uma só ovelha é tão digna de ser salva, que Ele deixaria tudo para alcançar este “único”, que sou eu e é você. A viúva pobre ofertou mais do que os outros porque eles deram do que sobrava, ela deu tudo o que tinha. O filho mais moço foi recebido de volta pelo pai porque Ele jamais nos trata segundo as nossas transgressões, entretanto rasga as cadernetas dos “justos”, com suas anotações de cobrança.
Realmente há textos que incomodam, mas ao invés de tirá-los da Bíblia, devemos vive-los, pois é justamente onde eles “pegam” que precisamos ser curados. Pense nisto.
Pr. Daniel Rocha
dadaro@uol.com.br
Como é possível a Bíblia afirmar que “os mansos herdarão a terra” (Mt 5.5), se estamos vendo que quem conquista, vence e manda, são os fortes, os guerreiros e os que detém as armas?
Como concordar com a parábola em que o trabalhador da última hora recebe ao entardecer o mesmo salário de quem malhou duro o dia inteiro (Mt 20)?
E a matemática divina, então? Deixar noventa e nove ovelhas no deserto, à mercê dos lobos, para ir atrás de uma só ovelha desgarrada? Deixa-a ir embora. Quem sabe ela não fosse uma desajustada que não merecia estar junto ao rebanho.
Uma viúva pobre vai, deposita duas moedinhas no gazofilácio e Jesus afirma que ela ofertou mais que todos os “graúdões” cheios de posses (Lc 21.3). Se eu for aplicar isso em minha igreja, não terei dinheiro para pagar sequer a conta de luz no próximo mês.
O corretivo que Jesus usa parece depor contra o bom senso: um filho vai embora de casa, vive dissolutamente desperdiçando todos os seus bens, retorna de mãos vazias, e ainda “ganha” uma festa (Lc 15.25). O irmão, que permaneceu na casa teve de trabalhar em dobro durante a sua ausência, e parece que não recebeu nada por isso.
Amo a minha família, amo meus irmãos, tenho prazer em estar com os amigos. Mas vem Jesus e diz que eu não estou fazendo nada demais, pois até os incrédulos fazem o mesmo. O que Ele quer afinal? Que eu demonstre amor aos inimigos e abençoe quem me persegue? Acreditem: é exatamente isso que Ele deseja (Mt 5.43-48)! Isso é demais!
Até aqui falei como tolo. Jesus incomoda e vai continuar incomodando sempre. Por vezes agimos como o povo geraseno, que perturbados com a presença Dele, rogaram-lhe educadamente que se retirasse daquelas terras (Mc 5.17). Pretendemos afastar Jesus de tudo aquilo que Ele pode “atrapalhar”. Afinal, temos nossa vida, nossa visão, nossa maneira de pensar.
Todavia, a “loucura” do Evangelho é a nossa cura. É a verdadeira forma de encarar a vida. Quem ousar mergulhar de cabeça compreenderá, quem se arriscar verá. Aquele que aceita o Evangelho como o único modo de vida que vale a pena viver, faz como o homem que encontrou um tesouro oculto no campo, e transbordante de alegria, vai vende tudo o que tem e compra aquele campo. É preciso arriscar tudo... não há meia aposta.
O Evangelho abre a nossa mente e nos dá novos olhos. E lendo a Bíblia com esses olhos percebo que os mansos não haverão de conquistar a terra, mas a receberão do Senhor, como herança, pois só Aquele que possui todas as coisas pode herdar aos seus filhos.
O trabalhador da última hora, assim como todos aqueles que encontram o amor Divino, ainda que tardiamente, também experimentarão da bondade do Pai. Para o Supremo Pastor, uma só ovelha é tão digna de ser salva, que Ele deixaria tudo para alcançar este “único”, que sou eu e é você. A viúva pobre ofertou mais do que os outros porque eles deram do que sobrava, ela deu tudo o que tinha. O filho mais moço foi recebido de volta pelo pai porque Ele jamais nos trata segundo as nossas transgressões, entretanto rasga as cadernetas dos “justos”, com suas anotações de cobrança.
Realmente há textos que incomodam, mas ao invés de tirá-los da Bíblia, devemos vive-los, pois é justamente onde eles “pegam” que precisamos ser curados. Pense nisto.
Pr. Daniel Rocha
dadaro@uol.com.br