terça-feira, 28 de junho de 2011

Semente da Vida

Texto para reflexão - Mateus 13.1-8
Sobre a Parábola do Semeador

Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à beira-mar; e grandes multidões se reuniram perto dele, de modo que entrou num barco e se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.

Neste texto tão rico de detalhes, já perdi a conta dos ensinamentos que acrescentei à minha caminhada cristã ao meditar nestas sábias palavras de Jesus. Mostrando mais uma vez a vitalidade da Palavra de Deus, vemos a proposta de geração de Vida que o texto nos faz.


Imaginemos que Jesus é o Senhor da seara e que nós, seus discípulos, somos seus colaboradores, na expansão do reino de Deus. A semente é o evangelho – do grego euangelion quer dizer nova notícia – que semeamos nos corações daqueles que não conhecem a boa notícia da salvação, de graça, em Jesus Cristo.

O texto de Mateus 13.1-8 mostra-nos que a semente bem sucedida foi aquela que germinou e gerou frutos, os quais representam a continuidade e a vida daquela pequena semente. Assim, evangelho bem sucedido é aquele que gera vida e se prolonga na vida de outras pessoas.

Percebe-se que a semente foi a mesma lançada em cada tipo de solo, que Jesus diz ser o coração das pessoas, todavia cada semente obteve uma recepção diferente em cada solo específico.

Vivemos dias em que se prega que o evangelho bem sucedido é aquele que enche as igrejas. Porém as ações de muitas pessoas que lotam os templos são como daqueles que recebendo a semente permitiram que as aves do céu a comessem e a semente não gerou vida neles. Jesus diz no verso 19, que o maligno vem e arranca a semente, arranca a possibilidade de nova Vida deste que a recebeu.

Caminhamos ainda sobre um terreno onde há muita alegria dentro do mundo gospel. O evangelho traz alegria, sem dúvida. Mas o evangelho de Jesus não dá alegria com o fim em si mesma, a alegria de Cristo é resultante da Vida nova que o evangelho nos proporciona. Assim é a pessoa descrita nos versículos 20 e 21 que cultiva mal a semente e assim ela não consegue criar uma raiz forte que lhe seja capaz de dar Vida que vai além da alegria.

Há ainda homens e mulheres que recebem o evangelho, mas estão de tal maneira envolvidos com seu objetivo de cultivarem muitos frutos deste mundo, que se esquecem de cultivar a semente que gera Vida e que, quando germinada como prioridade em nossos corações, acrescenta todos as outras virtudes. Como Jesus nos ensina em Mateus 6.33: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

Mas há também em nosso meio aqueles que recebem a semente da Vida do evangelho e, com muito cuidado, enriquecem o solo, espantam as aves que querem comê-la, regam para que suas raízes sejam profundas e então vêem a vida, os frutos, brotarem em uma proporção sempre muito maior àquela pequena semente original.

Evangelho é Vida que gera Vida nova, Vida plena e abundante no coração daqueles que estão dispostos a trabalhar pela manutenção da semente no solo de sua existência. Vida que vai além da alegria e das emoções e abrange toda nossa força, todo nosso entendimento e todo nosso coração.

Jesus Cristo, o Senhor da seara, está sempre perto, pronto a nos ajudar neste desafio e a nos oferecer novas sementes de Vida para semearmos nos corações do mundo. Que estejamos dispostos a trabalhar nesta boa obra, cultivando o solo de nosso próprio ser para honra e glória do Senhor da seara e salvação de nossa alma.

Hugo Gonçalves de Freitas
Aluno do 1° Ano da Faculdade de Teologia -
 Igreja Metodista