segunda-feira, 11 de maio de 2009

"deus-água-com-açúcar" ...

Tem muita gente hoje servindo e divulgando um “deus” bricolado, fabricado a partir de uma colher que bate-pra-lá e prá-cá dentro de um copo com água e açúcar. Um "deus" culinariamente produzido - liquidificado. Ele é apático – ausente, e pior: um “deus” que desconhece o pecado humano, que não exorta - portanto não recupera ninguém – tudo está bom como está – e é sempre assim - basta estar como sempre estivemos. Pessoas que se escondem atrás de uma mentira, enganam-se dizendo que só precisam amar – mas é um amor cego e de via única - que não contempla exortação [logicamente entendo exortação como um processo de trazer para perto e não um passe de mágicas, onde alguém que pensa ter razão fere a outra parte], um amor que não contempla o verdadeiro pastoreio.

Não sou favorável ao abuso de poder; não sou favorável ao pastoreio repressor; à conversão imposta mediante técnicas que levam as pessoas ao medo do inferno, ou da punição. Não gosto da imagem do "deus-guerreiro" que derruba os meus inimigos. Não gosto do clima da “Guerra espiritual” dentro da Igreja, aquela "teoria da conspiração", mas a verdade e em contrapartida - é que, hoje, em muitas áreas de nossa vida em comunidade de fé estamos estacionados, estagnados, prostrados diante do “deus-água-com-açúcar”, cantando sempre na mesma cartilha, o mesmo refrão. A mesma dificuldade de liberar perdão, as mesmas ladainhas, as mesmas reclamações diante do Altar. Acho que precisamos guerrear mais contra nossas prostrações, sermos mais loucos e ousados diante dos desafios e demandas que a modernidade nos apresenta [isso é diferente de sermos dementes].

Não podemos subordinar a justiça de Deus ao amor, ambos são atributos inquestionáveis, como desculpa para não ensinar. Não podemos dizer para todos, em todo momento: “tudo está bom assim”. Precisamos confrontar o erro!! Inclusive enfrentarmos os nossos. Os efeitos da teologia do “deus-água-com-açúcar” são calamitosos, pareço ouvir aquele hino, a melodia e a harmonia são as mesmas, mas a letra completamente diferente: “eu venho como estou ... (2x), eu fico como eu vim, eu morro como eu sempre fui ...”. Pastores e pastoras que colocam-se à disposição mordômica desse “deus-modernoso”, acabam não falando mais sobre a necessidade da conversão à Jesus Cristo, sobre a necessidade de mudança de hábitos, sobre os danos que o pecado gera à alma humana. Os sermões não falam mais da necessidade de se voltar para Deus, e assim por diante ..... Tudo parece ser natural demais ... tudo parece ser normal demais.

Parece que nossa mente está sendo cauterizada por tantos modismos, eis mais um, bem diante de nós, visíveis à olho nu: a do “deus-água-com-açúcar”. Precisamos acordar para essa realidade. Isso se queremos ser filhos/as e gerar filhos/as, ou seremos bastardos? geraremos bastardos? [sem correção]. O Amor de Deus [Ágape] admite essa tensão da correção – da prática da justiça - a tensão gerada pela justiça recuperativa de Deus [Tsedaká].

Uma coisa que deve ficar registrado é isso, nossa correção, ou nosso sermão sobre a justiça de Deus, deve ter o intuito de recuperar, sempre!! Isso é o Evangelho das Boas Novas. Deixo aqui o convite: abandonemos o "deus-da-moda", voltemos ao primeiro amor [isso não é regressão] com aquele que nos chamou e nos libertou da escravidão de nossos maus hábitos.

Abraço.