sábado, 16 de maio de 2009

Ananias e Safira: recontando a história, de um jeito diferente !!

Em atos dos apóstolos, capítulo 4.36-5.1-11 [temos uma perícope]. Muito se ouve sobre a história de Ananias e Safira - e mais, sobre a morte certa para quem mente diante do altar de Deus, ou por mentir ao sacerdote [líder], e coisas assim. Confesso que sempre me preocuou determinadas interpretações bíblicas - certas hermenêuticas fatalistas, de uma violência divina que legitima os poderes; que fomenta a morte trazida por Deus como sendo essa juízo e castigo eterno para quem desobedece. A morte é apregoada como sendo em boa hora - do tipo: "Já era tempo!!! Agora sim Deus agiu - bem que eu avisei!!" - e a morte é um fim espetacular em si mesma, passa a ter um enorme proveito - obetivo - "ato castigador de Deus", e só !!

Não devemos perder de vista que "Deus recolhe com prazer os seus santos", mas que em contrapartida, recupera os que estão caminhando em direção à morte existencial, os que buscam com as próprias mãos o vazio. O livro dos Atos fala da tentativa e esforço de Deus: para recuperar; especialmente esse texto que aborda a breve história de Ananias e Safira.

Um olhar exegético mais atento nos faz perceber a intenção dessa perícope que nos conta a história de Ananias e Safira. O livro dos Atos dos Apóstolos fala-nos de uma comunhão restauradora - onde esxiste a partilha, ninguém tem falta de nada. Onde existe a partilha, quando acontece a "reunião de oração", os alicerces da casa se abalam. Porém, quando alguém escolhe sair da comunhão, e mente escondendo o que tem com intenção de acumular, a morte é certa. Sobre isso, o texto nos alerta hoje: contra o egoísmo, a mentira, o acúmulo e a falta de comunhão.

Especialmente, em tempos onde estimula-se o narcisismo, o egocentrismo, e o "reter" para "ser" e parecer (poder dos simulacros), a história bíblica de Ananias e Safira nos faz uma dura crítica. Quando nos dispomos ao isolamento, quando nos posicionamos contrários à comunhão do grupo, estamos buscando, com nossas próprias atitudes a morte diante do altar. Quebra-se a comunhão com o grupo, rompe-se a comunhão de Deus com você e de você com Deus.

Precisamos estar preparados para respondermos diante do altar do Senhor, pois estar diante do altar deve necessariamente significar que estamos em comunhão com o grupo - são coisas indissociáveis.

Abração.