O Discipulado mais
eficaz é aquele feito por pessoas que são “Testemunhas do Mestre”
E sereis minhas testemunhas (At 1.8b)
E sereis minhas testemunhas (At 1.8b)
Petrópolis, 02 de maio de 2013
Jesus vinha, desde o chamado dos
doze, discipulando pessoas, andando com elas, alimentando-as; ensinando-lhes princípios
dos mais básicos aos mais complexoss sobre o cotidiano da vida e o Reino de
Deus. Esse texto de Atos dos Apóstolos, em concordância com o “Ide, portanto,
fazei discípulos”, expresso em Mateus 28.19 [ e se observarmos com cautela
perceberemos que estão dentro de um mesmo contexto de envio (leia Lc 24.48)], deixa
muito claro qual é a vontade de Deus para nós cristãos – discípulos/as de Jesus:
sermos testemunhas de Jesus Cristo!
Aqui eu gostaria de apontar alguns
elementos práticos sobre o discipulado e o testemunhar a Cristo como Senhor e
Salvador de nossas vidas.
1.
A palavra “testemunhas”, sobre o referido texto
bíblico, no grego é “mártires”. Fiquei ainda mais apaixonado pelo discipulado como
um estilo de vida, quando descobri que na verdade ser testemunha de Cristo
significa estar disposto a morrer por uma causa que transcende o natural, e que
portanto, é sobrenatural. Num mundo onde cada vez mais somos tentados a relativizar
valores essenciais à fé cristã, e pessoas mudam de ideais e alianças assim como
trocam de par de sapatos, descobrir que Cristo nos chamou à morrer por uma
causa específica é tremendo. Ele nos chamou para sermos “mártires d’Ele até os
confins da terra” (Cf.: At 1.8). Se você não está disposto a morrer por Jesus você
ainda não entendeu o discipulado e especificamente o “pregar o Evangelho” (leia
Mc 16.15) como a prioridade do Pai. E se queremos “evangelizar” como Jesus o
fez, somos chamados não somente a lançar sementes, mas acompanhar o desenvolvimento
da mesma; isso é, acolher e andar com pessoas, ensiná-las, capacitá-las e enviá-las
a fazer o mesmo em prol de uma única causa: O Reino de Deus.
2.
De quem somos testemunhas? Somos testemunhas de
Jesus. Isso significa que devemos morrer pelas causas d’Ele e não pelas nossas
causas pessoais. Revelar a face d’Ele em nós, e não usar o evangelho com um
pretexto para autopromoção. Encontro muitas pessoas pelo caminho que se valem
de argumentos bíblicos, abastecidos de versículos fora de contexto, que na
verdade estão tão somente ansiosos por de ter o nome em evidência. Enquanto
muitos morrem por causas pessoais, “em-si-mesmados”, o Senhor Jesus nos
comissiona para uma saída estratégica – abandonar o conforto de um mundo de
conceitos, só nosso, para de fato morrer pelo que vale à pena: O Reino de Deus!
Um Reino que é para todos; à morrer por um Rei que confiou à mim a continuidade
de sua própria vida, para que d’Ele mesmo eu dê testemunho. Amém Senhor, que através da
minha entrega consciente e voluntária, o testemunhar à Cristo culmine em novos
discípulos para Jesus. Mas se o meu eu não for renunciado todos os dias, incorro
constantemente no mesmo erro, testemunhar à mim mesmo e não ao Messias. Minha
oração é que possamos entender o “Ide e fazei discípulos” como um ato de “matar
o eu”, de testemunhar o Senhor Jesus Cristo aos que precisam de vida; é de
fato, morrer para mim mesmo, para que Ele viva através de mim (Gl 2.19-20).
Faça você o mesmo!
3.
Concluindo: tudo o que Jesus fez foi discipular,
testemunhar “O caminho A verdade, A vida”; é o que eu preciso fazer também, certamente
é o que Ele espera de mim. Discipulado não é um ministério isolado na Igreja, e
discipular não é mais uma atividade para disputar espaço na minha agenda
lotada. Discipulado precisa ser algo natural em/para toda Igreja, é o jeito de
ser corpo, é o “Corpo” como um todo recebendo oxigenação do mesmo impulsionador,
o Espírito Santo. Discipulado, tal como o foi na vida de Jesus, é paixão por
vidas, por alcançar os perdidos; é deixar fluir através de mim Boas Novas: em
Cristo há vida abundante e salvação para os que crêem. Discipulado é testemunhar
o que Cristo fez na minha vida, é remar contra as correntezas que insistem em
fazer brilhar o eu, para lutar por um nós – um corpo completo chamado “A Noiva
de Cristo”.