Como é que se bombardeia uma população indefesa, sem exército e sem lugar para se esconder? Não entendo o cinismo de uma nação que antes de despejar bombas manda o povo fugir. Mas fugir para onde? As fronteiras foram seladas, não existem abrigos, bunkers ou refúgios. A carnificina é pavorosa.
Para mim, essa guerra não passa de uma limpeza étnica. Humilhando o povo palestino até o pó, quebrando a coluna dorsal da sua identidade, Israel espera que eles parem de apurrinhar. Se a causa de Israel é nobre, por que a imprensa internacional está proibida de noticiar os acontecimentos?Mas mesmo horrorizado, tenho aprendido. Esses eventos tenebrosos me levaram a admitir que já não leio a Bíblia com as mesmas lentes. Abandonei a idéia de que os massacres do Antigo Testamento foram ordens divinas. Entendo que os genocídios relatados na Bíblia foram cometidos com as mesmas motivações políticas, com os mesmos interesses econômicos e com ambições nacionalistas iguais as atuais, mas atribuidos a um deus guerreiro. Não aceito que os "propósitos" divinos para o futuro estejam conectados à política militarista de Israel. Arrependo-me de ter, um dia, pregado que "Israel é o relógio de Deus" para o fim dos tempos.
Pretendo ser um discípulo de Jesus e quero crescer em meu pacifismo. Acredito que Jesus Cristo encarnou a plenitude da Divindade. Para mim as bem-aventuranças do Sermão do Monte são balizas para comportamentos individuais e decisões nacionais. Não aceito revides e vingança. Permaneço fiel à declaração de que Jesus é o príncipe da paz.
Por Ricardo Gondim.
Soli Deo Gloria.
Fonte: <http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=65&sg=0&id=2079>; acesso dia 01 de março de 2009.
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