domingo, 2 de agosto de 2009

Aromaterapia: leitura do mundo pelo cheiro

Uma matéria muito interessante, quem sabe possamos discutir um pouco sobre o tema: se formos criterisos perceberemos as possíveis implicações sociais desses e outros aprofundamentos que se relacionem à temática ...

Agência do Estado (AE): Qui, 30 Jul, 02h04

Matéria atualizada neste sábado, 01 de agosto de 2009

São Paulo, 30 (AE) - Embelezamento para a pele, cura para a alma e relaxamento para a mente: as qualidades medicinais dos óleos essenciais se destacam entre as aplicações da aromaterapia, considerada a ciência do uso de substâncias aromáticas naturais - uma arte terapêutica de causas e efeitos consagrados por 4 mil anos de comprovação.

Tecnicamente, pouco do que é popularmente chamado de aromaterapia poderia ganhar essa denominação. "Aromaterapia é a aplicação de óleo essencial, puro ou diluído, por meio de difusão, massagem, banho, fricção, pulverização, compressa, inalações e escalda-pés, com finalidade de tratamento", explica o osmólogo Fernando Amaral, diretor científico da WNF, empresa que produz 18 óleos essenciais e fornece matéria-prima para 6 mil farmácias brasileiras.

Amaral estudou na Suíça e em 1995 trouxe ao País o know how para a transformação de 'mato' em 'remédio', com direito a farto trabalho de pesquisa e busca de novos ativos na biodiversidade brasileira. Foi dele também a ideia de lançar a Aromagia, uma linha desenvolvida para reunir os produtos que produzem o que ele chama de efeito psicológico do aroma. "A linha Aromagia, que está em aproximadamente 600 pontos-de-venda, é baseada no cheiro de planta, é intermediador dos aromas e atua na magia do aroma, que provoca uma sensação. É como o cheiro do abraço do pai, o cheiro de criança", explica o especialista.

O trabalho com óleos essenciais produz efeitos curativos, não é um produto esotérico, e deve ser realizado com terapeuta capacitado nas técnicas. Usar um stick de lavanda para deixar o clima no escritório mais relaxante, no entanto, não vai curar estresse ou insônia. "Sou a sensação, a lavanda está aqui, mas não vou curar ninguém", diz Amaral, que afirma ter criado a Aromagia para combater o uso incorreto dos conceitos da aromaterapia.

A marca acaba de lançar quatro novos sticks, com aromas de verbena, vanilla, pitanga e rosa e lavanda. O diferencial está no uso de essências naturidênticas, que conseguem reproduzir com perfeição o cheiro da planta ou substância de origem. Para aromatizar, é só desembalar as varetas, abrir a tampa, tirar o batoque de plástico (proteção contra vazamento) e mergulhar as varetas por três minutos no liquido. Depois, basta virar as varetas para intensificar o aroma.

COMPRAS PELO CHEIRO

O olfato é feito para atrair, proteger e reproduzir. Se a pessoa sente um cheiro bom, sabe que é uma coisa curiosa, gostosa, vai conferir. Alguém pintando a parede? O nariz percebe que aquilo faz mal, é tóxico, e age como protetor. Já o perfume de uma pessoa pode ser sedutor ou repulsivo, depende de quem cheira (e a última coisa que as pessoas fazem é cheirar o outro). "O seu odor corporal nunca é mascarado por um perfume. É o odor corporal que determina nossa escolha. Se a química não bate, não acontece", garante a aromaterapeuta Samia Maluf, que usa terapia vegetal há quase 30 anos.

Como surgiu a aromaterapia? Diz a história que, em 1928, René-Maurice Gattefossé queimou as mãos nos laboratórios de sua empresa de cosméticos e tentou resfriá-las mergulhando o braço em um recipiente que continha óleo de lavanda. Para sua surpresa, em uma semana estava curado. Isto o levou a investigar outras possíveis propriedades curativas dos óleos aromáticos e, por volta de 1937, ele criou o neologismo 'aromaterapia'.

"Desde o dia em que nascem até quando morrem, as pessoas são bombardeadas por aromas, mas não costumam dar muita atenção", ressalta Samia. O aroma já não faz mais parte da sobrevivência. Antigamente, era vital para evitar a ingestão de comida putrefata (e fedorenta) ou manter a espécie longe de plantas que tinham odor mais forte e poderiam ser tóxicas. Ela garante que as essências são capazes de ativar o sistema nervoso, ativando a memória. Cada aroma desperta lembranças que, aliadas às características de cada planta, gera ganhos terapêuticos para corpo e mente. "Os cítricos, por exemplo, são alegres, energizantes, antidepressivos", diz.

Samia atua também no desenvolvimento de marketing olfativo, por meio do qual se cria um aroma para uma loja, adequado à imagem visual. É como um logotipo no ar, que atrai o cliente pelo instinto. Aromas de baunilha lideram no varejo.


Disponível em: . Acesso dia 02 de julho de 2009.

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