segunda-feira, 1 de junho de 2009

A CABANA? ..

Eis uma "bibliografia" que agitou os ânimos e provocou uma intensa reflexão por parte de muitos/as. E isso é muito positivo. O texto postado abaixo, indica uma possível opinião do Pr. Caio Fabio sobre o livro. Acompanhemos sua percepção ... não concordo na íntegra com a significação geral do texto, no entanto, achei muito interessante a posição assumida.



NA CABANA DE JESUS SE FALAVA POUCO E SE EXPLICAVA NADA

Por que será que Deus/Jesus não se preocupou com as mais fabulosas dúvidas humanas?


Ele não explica a origem do mal, não se interessa em criar respostas para o problema da dor, não se preocupa em explicar sentidos em calamidades ou tragédias naturais, não diz da anomalia nada além de que ela acontece para que se veja a glória de Deus, não desenvolve uma teologia do “acidente” [como a queda da Torre de Siloé], não discute sobre a maldade do homem poderoso, não cede aos desejos dos que pedem sinais, não favorece explicações nem ao Sinedrio da Religião, e nem tampouco a um de seus mais nobres membros: Nicodemos; não se impressiona com os poderes humanos, políticos, militares ou de qualquer outra ordem; não diz por que o diabo existe, não explica quem são os espíritos imundos nos homens, não define nada sobre a queda dos anjos, não diz de que natureza seriam os “sinais nos céus” que encheriam a terra perto do fim; não diz quando o mundo vai acabar; não deixa códigos a serem decifrados; não tem uma instrução para um grupo de iluminados; não dá a mínima às questões filosóficas dos seus dias; não diz quem é joio e nem quem é trigo; não diz por que Moisés e Elias apareceram a Ele; não se preocupa com as interpretações que disso poderiam advir..., para o bem e para o mal; não entra no assunto sobre quem eram os filhos de Deus que possuíram as filhas dos homens e geraram Gigantes; não fala da existência da Terra antes do homem; não satisfaz curiosidades; não atende a caprichos; e, o pior de tudo: não defende Deus de nada!...

Além disso, não se ajudou marqueteiramente em nada!...


Conforme eu disse em outro texto:


Por isto, Ele nunca precisou de provas, nem de muitas testemunhas, nem de uma sobrevoada triunfal sobre a Fortaleza Antônia a fim de humilhar Pilatos, ou nem mesmo de uma descida dos céus sobre o Santo dos Santos de Jerusalém para esmagar a descrença do Sinédrio; nem tampouco precisava Ele dar uma parada na Ascensão sobre o edifício do Senado de Roma, a fim de evidenciar algo fantástico ao mundo.


Por quê?...


Porque o homem tem que crer exclusivamente pelo testemunho do Espírito; e mais: porque não há explicações a serem dadas aos homens!... Sim, infelizmente para muitos, mas creia: Deus jamais se explicará!...


Afinal, se Ele conseguisse e eu entendesse, a implicação seria a implosão de Deus e o fim de todas as existências, as quais existem em harmonia impossível de que qualquer mente, que não seja a de Deus, possa jamais compreender.


Se Jesus explicasse, assim, como os homens explicam, creia: meu interesse por Ele acabaria na hora...


Para mim, nesse caso, Ele seria no máximo aquele Jesus do livro “A Cabana” — bonitinho, fofo, legal, conhecedor de Física Quântica, cheio de respostas do Jaques Elull e do Soren Kierkegaard...


É o Jesus que não explica, justamente o Jesus que me diz tudo!...


Mas vai ver que o doente sou eu... Entretanto, na pior das hipóteses, seria uma doença contraída em razão do descaso Dele com a dor como debate ou como filosofia.


Nele, que apenas amava, curava, fazia o bem, e tornava o mais sem significado de todos os homens uma cachoeira de sentido em Deus,


Caio
26 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

Fonte: http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=04818. Acesso dia 01 de junho de 2009.


Um comentário:

Thiago Pacheco disse...

Bom, acho que o Caio Fábio, sempre, tem seu valor, como fonte de leitura e reflexão. A despeito do que dizem, creio que seja um referêncial (não me refiro a ser seguido), mas a ser analisado.

Em relação ao livro - A Cabana, penso que é uma das melhores literaturas dos últimos tempos. Simplesmente surpreendente!

Não creio que o objetivo do autor fosse mostrar um Deus que se explica ou não, mas um Deus que se importa. A estrutra relacional da Trindade, muito bem fundamentada e defendida no livro, traz uma perspectiva acerca de Deus, que a maioria das pessoas não conhece. Em geral, Deus está no céu, controlando tudo, inerte às calamidades, e por aí vai.

A discussão acerca da Origem do Mal poderia, facilmente, ser pano de fundo para esse artigo. Mas, me questiono se não deveríamos investir tempo em aproveitar um Deus que deseja, ardentemente, se relacionar conosco.

As explicações são sempre necessárias? Para nós sim! Sempre queremos entender o porquê das coisas. Afinal, seres pensantes devem fazer isso mesmo. Todavia, creio que Deus transcende toda explicação. Ele é! Nisso, sou caiofabiano....rs

Abraços